quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Um Achado do Vento

Desculpem-me, não pude evitar o trocadilho. Quando falo em “achado do vento”, quero referir-me ao filme “... E o Vento Levou”, que nada mais é do que uma das maiores obras cinematográficas de todos os tempos e um dos primeiros filmes cujas cenas foram, em sua totalidade, filmadas em cores. Pode-se atribuir ao ato de “levar” uma alusão direta ao tempo, pois este é contínuo, não há como regredir. Porém, contrariamente a esta ideia, podemos atribuir ao fato de haver um “achado” o resgate deste tempo, este sendo complexificado nas malhas da letra e nas telas do cinema, o que é mais “possível” em relação ao ato de regressão. Mas vamos ao que interessa, deixemos de lado a filosofia e a complexificação do tempo/espaço...
 

“... E o Vento Levou” (Gone With The Wind) é uma produção americana de 1939, baseada no livro homônimo de Margaret Mitchell. O Filme conta com a direção de Victor Flemming e com roteiro de Sidney Howard, para o qual também colaboraram os escritores Francis Scott Fitzgerald (autor do clássico “O Grande Gatsby”) e William Faulkner (autor do livro “O Urso”, entre outros). Conta-se que este é um dos filmes com maior faturamento da história do cinema.
 

O filme foi produzido por David O. Selznick, a trilha sonora é de Max Steiner, a fotografia de Ernest Haller e Ray Rennahan, o desenho de produção de William Cameron Menzies, a direção de arte de Lyle R. Wheeler, os figurinos de Walter Plunkett e a montagem de Hal C. Kern.
 

Scarlett O’Hara é uma jovem bonita, rica e mimada. Vive em uma linda fazenda junto de seus pais e de suas irmãs, conhecida pelo nome de “Tara”. O filme centra-se em torno de sua personagem, tendo como pano de fundo os acontecimentos ocorridos na grande Guerra Civil entre o norte e o sul dos Estados Unidos.


O filme, em sua primeira parte, mostra uma visão idealizada da sociedade branca do velho sul dos Estados Unidos da América. Os senhores de escravos são mostrados como protetores benevolentes, e a causa confederada como nobre defesa da terra natal e de um modo de vida.
Essa civilização que o vento levou é definida assim na abertura do filme: “Existia uma terra de cavalheiros e campos de algodão chamada ‘O Velho Sul’. Neste mundo bonito, galanteria era a última palavra. Foi o último lugar que se viu cavalheiros e damas refinadas, senhores e escravos. Procure-a apenas em livros, pois hoje não é mais que um sonho. Uma civilização que o vento levou!”
 



Na segunda parte do filme, após a derrota do Sul na Guerra Civil, é mostrado os ex-escravos, juntos com os nortistas, (os ianques), explorando os endividados fazendeiros sulistas. Com isso, o filme apresenta um alinhamento tardio com o movimento chamado Lost Cause, como Jezebel, The Undefeated, Santa Fe Trail, The General e The Birth of a Nation, os quais também apresentam uma visão positiva sobre a sociedade sulista e apresentam a visão sulista sobre a Guerra Civil.

(Uma das cenas famosas do filme: O momento em que Scarlett O'Hara faz o juramento de que irá a qualquer custo reerguer Tara. A cena, filmada tendo como pano de fundo o entardecer, é acompanhada do "Tema de Tara", composição de Max Steiner)
 
 
 
 
 

Uma das cenas marcantes do filme é o retorno de Scarlett à Tara, ao final da guerra, encontrando a fazenda praticamente destruída. Outra cena marcante é quando ela, procurando auxiliar no cuidado com os doentes e feridos de guerra, presencia o médico amputar a perna de um soldado. O efeito dado à cena, na época, foi impressionante. A cena foi vista através da sombra refletida nas paredes do hospital. Outro ponto alto é a cena em que Rhett Buttler (Clark Gable) desiste de Scarlett, pois percebe que ela é e sempre será apaixonada por Ashley (Leslie Howard). Um grande filme, um grande elenco e, levando em consideração a época em que foi filmado e os recursos tecnológicos disponíveis para tal, um excelente desempenho no uso de cores para a valorização do humor dramático na produção do filme, que ainda contou com Olivia de Havilland, a única atriz viva ainda hoje a ter participado do filme, no papel coadjuvante de Melanie Hamilton, esposa de Ashley Wilkes.
 
(Olivia de Havilland, no papel de Melanie Hamilton Wilkes)
 
Espero que tenham gostado do post. Para quem já assistiu o filme, vale a pena relembrar... Para quem ainda não assistiu, fica o convite!


4 comentários:

  1. Assisti, no minimo, 10 vezes ao filme! Sou uma apaixonada por esse clássico!!

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  2. bah, eu nunca assisti.. mas fiquei super empolgada com a descrição e vou procurar nas locadoras aqui em jag, tomara q eu encontre.

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  3. É um clássico, maravilhoso mesmo. Vale a pena assisti-lo...Um dos melhores filmes que já vi....

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