quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Filmes de 60 [Parte Final]

Olá! Quatro bons filmes são trazidos hoje nesta postagem. Espero que gostem!

O primeiro deles é "Bonequinha de Luxo" (Breakfast at Tiffany's), produção americana de 1961 dirigida por Blake Edwards. Adaptado da obra homônima de Truman Capote, o filme narra a história de Holly Golightly, uma acompanhante de luxo que sonha em casar com um homem rico e tornar-se atriz em Hollywood, motivo pelo qual se mudou para a cidade de Nova Iorque. Golightly casou aos quatorze anos e fugiu de casa na tentativa de esquecer seu passado pobre e miserável, além alcançar seu grande sonho: ser uma famosa atriz. Ao mudar-se para Nova Iorque, Holly passa a ser ajudada financeiramente por Sally Tomato, um mafioso que está preso em Sing-Sing - local de encontro dos dois todas as quintas-feiras.


Holly tem um irmão chamado Fred, talvez seja a pessoa mais querida por ela, uma vez que em todas as histórias de seu passado ele é sempre citado. Golightly se envolve com o escritor Paul e passa a chamá-lo de Fred, por considerar ele um amigo.


É uma singela amizade entre dois vizinhos, porque ao escritor não interessa tudo aquilo que interessa a todos os outros homens que andam em redor de Holly, uma verdadeira boneca que não deixa indiferente aqueles com quem se cruza. Por isso mesmo, pelo desinteresse carnal que ele manifesta, Holly confia-lhe a sua amizade.
Sem dúvida um grande filme. Recebeu cinco indicações ao Oscar de 62 e contribuiu para uma guinada na moda feminina e na indústria cinematográfica mundial.
Chama-se a atenção, também, para sua trilha sonora. Destaque para "Moon River", de Henry Mancini, que permeia todo o filme.


Nosso segundo filme é "Um Homem, Uma Mulher" (Un Homme Et Une Femme), produção francesa de 1966 dirigida por Claude Lelouch. Com Amouk Aimée e Jean-Louis Trintignant no elenco.



O piloto de corridas Jean-Louis Duroc e Anne Gauthier, dois viúvos recentes, encontram-se por acaso quando visitam seus respectivos filhos num colégio interno, e isso se repete todos os finais de semana. Um dia, Anne perde o trem e Jean-Louis oferece-lhe uma carona de volta a Paris e eles acabam tornando-se amigos chegados e, finalmente, apaixonados, mas percebem que as lembranças dos cônjuges falecidos ainda são muito fortes.




O diretor utilizou a cor para localizar os espectadores no tempo: o colorido representa as lembranças e, o preto e branco, o momento presente.
Em 1986, Claude Lelouch filmou uma sequência, Um homem, uma mulher: 20 anos depois, repetindo o par central com Anouk Aimée e Jean-Louis Trintignant, Antoine Sire, assim como o roteirista Pierre Uytterhoeven e o compositor musical Francis Lai.
É importante ressaltar a presença da Bossa-Nova no filme, movimento musical brasileiro que, à época, estava em voga. Nomes como Baden Powell, Vinícius de Moraes e Tom Jobim aparecem em meio aos diálogos dos personagens.



Um filme raro: “Paris Está em Chamas?”, de 1966. Um dos poucos com uma frase interrogativa. Ela foi pronunciada por Adolf Hitler quando determinou que se ateasse fogo em Paris já prestes a ser libertada.


Dirigido pelo francês René Clement, com roteiro de Gore Vidal e Francis Ford Coppola, o filme é na verdade uma produção americana com uma penca de astros famosos em papéis curtos. Aparecem Orson Welles, Kirk Douglas, Alain Delon, Jean-Paul Belmondo, Glenn Ford, Anthony Perkins, Simone Signoret, Yves Montand e até o alemão Gert Frobe, então no auge do sucesso como o Goldfinger, vilão de “007 Contra Goldfinger”.

Baseado no romance reportagem de Larry Collins e Dominique Lapiérre, “Paris Está em Chamas” assume o estilo de documentário e de propósito foi rodado em preto e branco. Até pouco tempo, o filme ainda não havia sido lançado em DVD no Brasil. Recentemente, a Lume Filmes fez sua remasterização, disponibilizando-o novamente no mercado. As cenas foram rodadas em Paris, recriando o combate rua a rua entre soldados nazistas e homens da Resistência Francesa.




O filme é quase inteiramente em preto e branco, presumivelmente devido à inclusão de imagens reais (o filme foi rodado em preto e branco, principalmente porque, apesar de as autoridades francesas permitirem bandeiras com a suástica serem exibidas em edifícios públicos para tiros-de-chave, não permitiram que essas bandeiras fossem exibidas em sua cor original vermelha; como resultado, bandeiras com a suástica verde foram usadas, que fotografou adequadamente em preto e branco, mas teria sido inteiramente a cor errada), mas os créditos finais apresentam tomadas aéreas de Paris em cores. Todo o filme foi filmado em Paris. Uma curiosidade interessante é a de que foram utilizados aproximadamente 15.000 figurantes, bem como a Prefeitura de Paris autorizou que fossem fechadas 20 avenidas para a gravação das cenas do filme.


Por quatro anos e meio, durante a 2ª Guerra Mundial, Paris esteve ocupada. Quando a guerra já estava perdida para a Alemanha e o avanço dos aliados para recuperar a capital francesa era inevitável, partiu uma ordem do próprio Hitler (Billy Frick) para incendiar Paris totalmente, incluindo seus monumentos e museus. Entretanto o próprio comandante alemão em Paris reluta em dar esta ordem, pois considera tal sacrifício inútil. 




Acima, fotos coloridas das cenas finais do filme. Uma grande produção, vencedora de 2 Oscars.



O último filme deste post é "2001, Uma Odisseia no Espaço" (2001: A Space Odyssey), filme norte-americano de 1968 dirigido e produzido por Stanley Kubrick, co-escrito por Kubrick e Arthur C. Clarke. O filme lida com os elementos temáticos da evolução humana, tecnologia, inteligência artificial e vida extraterrestre. É notável por seu realismo científico, efeitos visuais pioneiros, imagens ambíguas que são abertas a ponto de se aproximarem do surrealismo, som no lugar de técnicas narrativas tradicionais e o uso mínimo de diálogo.


A Aurora do Homem: O momento em que ele se descobre capaz de pegar objetos, graças ao polegar.
A nave espacial controlada pelo computador HAL 9000, grande vilão do filme.


O filme é memorável por sua trilha sonora, resultado da associação feita por Kubrick entre o movimento de satélites e os dançarinos de valsas, que o levou a usar "Danúbio Azul", de Johann Strauss II e o famoso poema sinfônico de Richard Strauss, "Also sprach Zarathustra", para mostrar a evolução filosófica do Homem, teorizado no trabalho de Friedrich Nietzsche de mesmo nome.
Apesar de ter sido recebido inicialmente de forma mista, "2001: A Space Odyssey" é atualmente reconhecido pela crítica e pelo público como um dos melhores filmes já feitos. Foi indicado a quatro Oscars, recebendo um por Melhores Efeitos Visuais. Em 1991, ele foi considerado "culturalmente, historicamente ou esteticamente significante" pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos para ser preservado no National Film Registry.

Espero que tenham gostado da postagem. Abraço!

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