Neste mês de junho que está a terminar, mais precisamente aos
seus 13 dias, comemorava-se o 125º aniversário de nascimento do Sr. Fernando
António Nogueira Pessoa. Este senhor, mais conhecido por Fernando Pessoa, é um dos
maiores poetas da literatura portuguesa. Conhecido pelos seus heterônimos, este
poeta possui uma vasta obra publicada e muito a explorar de seus escritos.
Calcula-se que aproximadamente 30% de sua produção, mantida em acervo, ainda não
foi disponibilizada ao público.
Por sua vez, este blog homenageia-o trazendo não seus heterônimos, e sim
as várias formas que este foi representado através da imagem através de uma
síntese de fotos, acompanhada de algumas passagens de seus escritos publicadas
no Jornal Diário Popular, na data acima mencionada.
Em janeiro, a revista
BRAVO! publicou uma reportagem sobre o poeta, a qual tratava sobre partes do
acervo deixado pelo escritor que ainda não haviam sido publicadas. A capa (que
segue abaixo), foi produzida promovendo o imbricamento de uma caricatura do
poeta em meio a azulejos, estilo arquitetônico de decoração das fachadas das
antigas casas de Portugal que virou marca identitária portuguesa. A reportagem
e a capa, que levam o título de “As Novas Casas de Fernando Pessoa”, promove ao
leitor a remissão à ambientação portuguesa atrelada à produção do poeta, ao
mesmo tempo que evidencia a presença tradição em constante confronto com a
ruptura.
Capa da revista BRAVO! do mês de janeiro/2013. Origem: Facebook. |
Abaixo, a seleção de imagens e escritos do poeta fingidor.
“Irrita-me a felicidade de todos estes homens que não sabem
que são infelizes. A sua vida humana é cheia de tudo quanto constituiria uma
série de angústias para uma sensibilidade verdadeira. Mas, como a sua
verdadeira vida é vegetativa, o que sofrem passa por eles sem lhe tocar na
alma, e vivem uma vida que se pode comparar somente à de um homem com dor de
dentes que houvesse recebido uma fortuna – a fortuna autêntica de estar vivendo
sem dar por isso, o maior dom que os deuses concedem, por que é o dom de lhes
ser semelhante, superior como eles (ainda que de outro modo) à alegria e à dor.
Por isto, contudo, os amo a todos. Meus queridos vegetais!”
“Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor,
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda,
Gira, a entreter a razão,
Este comboio de corda
Que se chama coração.”
“A maior acusação ao romantismo não se fez ainda: é a de que
ele representa a verdade interior da natureza humana. Os seus exageros, os seus
ridículos, os seus poderes vários de comover e seduzir, residem em que ele é a
figuração exterior do que há mais dentro da alma, mas concreto, visualizado,
até possível, se o ser possível dependesse de outra coisa que não o destino.”
Espero que tenham gostado! Até a próxima!!!
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